top of page

Luiz
Fernando
Dias Duarte

Livros

Nos quase cinquenta anos de atuação acadêmica, Luiz Fernando Dias Duarte publicou mais de uma dezena de livros autorais e organizados em parceria com profissionais de áreas diversas. Uma de suas obras mais difundidas, "Da Vida Nervosa nas classes trabalhadoras urbanas", constitui-se como referência importante para as ciências sociais, particularmente no campo dos estudos da saúde e da cultura das classes populares. A produção de Duarte se deu nos campos do trabalho na pesca, da experiência sobre as perturbações físico-morais em meio popular, da psicologização no universo social brasileiro, da construção social da pessoa em perspectiva comparada, dos desafios da avaliação da ética em pesquisa nas ciências humanas, dos estudos de família e religião (envolvendo corpo, gênero, sexualidade e moralidade); assim como – mais recentemente – no campo da história epistemológica das ciências humanas.

.
Luiz Fernando Dias Duarte; Museu Nacional; PPGAS; MN; Antropologia
Publicados

Da Vida Nervosa (nas classes trabalhadoras urbanas) | 1988 - Zahar Editora / CNPq

Realiza, por meio da etnografia do “nervoso” e da ‘doença dos nervos’, uma investigação sistemática da visão de mundo da classe trabalhadora no Brasil. Ao fazê-lo, discute temas fundamentais da ciência social contemporânea, tais como classe social, cultura popular, perturbação mental, ideologia individualista, família, trajetória social e noção de pessoa. Este trabalho, resultado de pesquisas de campo e bibliográficas, é um foco permanente de diálogo com as áreas da psicologia, psiquiatria e psicanálise. [Link]

As Redes do Suor. A reprodução social dos trabalhadores da pesca em Jurujuba | 1999 – EDUFF

Este livro examina um caso do drama generalizado de populações longamente comprometidas com formas de reprodução tradicionais que passaram a ser desafiadas por novos mecanismos de mercado de trabalho e de produção, por novas condições de identidade e de integração à cultura nacional. O bairro de Jurujuba, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, passava nos anos 1980 por um processo de transformações extremamente esclarecedor dos grandes movimentos nacionais - e de forma quase imperceptível, já que envolvia um segmento pouco numeroso da massa trabalhadora do país: os pescadores profissionais.  As velhas formas da produção em canoas - a que correspondia toda uma cultura do trabalho e um sistema de relações sociais - cediam o passo à produção de traineiras, que impunha aos pescadores a submissão a uma lógica capitalista bastante peculiar. A descrição etnográfica da vida de um bairro popular e das diversas formas do trabalho na pesca serve assim para a discussão das questões centrais da mudança e modernização no país. [Link]

 

Doença, sofrimento, perturbação: perspectivas etnográficas | 1998 - Editora Fiocruz

Organizado com Ondina Fachel Leal.

O livro reúne trabalhos de 17 autores, abrangendo de maneira plural as perspectivas teóricas da área. Tem como foco principal as abordagens que evidenciam a significação ou a dimensão qualitativa, subjetiva, do processo de 'enfermar'. A obra é composta por capítulos que se apoiam em dados oriundos de inquéritos com tratamento qualitativo; alguns valorizam a história, enfatizando a perspectiva comparativa; ainda, outros estão explicitamente influenciados pela etnometodologia e pela fenomenologia. O fio condutor geral é o da ênfase nas 'metodologias qualitativas', estratégicas em uma área marcada pelo naturalismo reducionista da biomedicina. [Link]

 

Psicologização no Brasil. Atores e Autores | 1998 - Editora Contracapa​

Organizado com Jane Russo & Ana Venancio.

Teixeira Brandão, Juliano Moreira, Leonídio Ribeiro, Ulysses Pernambucano, Helena Antipoff, Júlio Porto-Carrero, Arthur Ramos, Roger Bastide e Emílio Mira y López, os atores e autores diretamente abordados neste livro, são personagens estratégicos para a definição das fronteiras da psicologização no contexto dos processos políticos e sociais ocorridos no Brasil no período que vai de meados do século XIX até o fim da primeira metade do século XX. Ao visar a compreensão da "vida interior" dos brasileiros, a atuação desses personagens não só redefiniu os debates sobre a doença mental, a responsabilidade criminal, a educação infantil (em diálogo com a raciologia e o pensamento católico), como também conformou os horizontes do que hoje é possível imaginar acerca de como nos constituímos como sujeitos na sociedade brasileira. [Link]

 

Sexualidade, Família e Ethos Religioso | 2005 - Garamond

Organizado com Maria Luiza Heiborn, Clarice Peixoto & Myriam Lins de Barros

Família, sexualidade e religião, mais do que instituições possuidoras de uma natureza estanque, constituem dimensões da vida coletiva que distinguem os sistemas culturais, de um ponto de vista antropológico. No âmbito da cultura ocidental contemporânea, há processos comuns que perpassam estes três domínios, dentre os quais se destaca o da permeação da ideologia do individualismo. Individualização significa neste contexto um processo social que concede primazia à agência individual, à subjetividade e à livre construção de si. Os referidos domínios apresentam-se cada vez mais atravessados por uma constante mobilidade pessoal, que se origina do fato de que as normas e valores não detêm, como antes, um caráter prescritivo. Este livro, ao reunir trabalhos provenientes de áreas de investigação diversas, busca responder a inúmeras indagações acerca das recentes transformações sociais entre organização e dinâmica familiares, experimentação da sexualidade e variação do ethos religioso. [Link]

 

Família e Religião | 2006

Organizado com Maria Luiza Heiborn, Clarice Peixoto & Myriam Lins de Barros

Trata-se de um trabalho com foco em uma sociedade capaz de ensejar negociações entre várias instâncias sociais, como a família, a religião e a moralidade, evidenciando os conflitos decorrentes da modernização do pensamento e dos valores dessa sociedade. As análises realizadas nesta obra incorporam a historicidade da experiência que possibilitou a existência do contexto das “negociações” entre as crenças religiosas, o ethos privado e as escolhas individuais. É uma obra que visa enfrentar a questão da “modernidade” no Brasil, percebendo-a como ainda “fortemente atrelada ao critério ‘religioso’” e que “vigora nas esferas da vida privada”, envolvendo temas como os da reprodução humana, da sexualidade, da produção de sujeitos sociais e das relações que se dão no âmbito do ethos familiar holista, assim como os choques inevitáveis com os valores modernos, isto é, os da liberdade, igualdade e autonomia. [Link]

 

Três Famílias. Identidades e Trajetórias Transgeracionais nas Classes Populares | 2008 - Editora FGV

Escrito com Edlaine Gomes

Um mergulho etnográfico e histórico em três redes familiares de origem popular, revelando a dinâmica entre suas diversas gerações ao longo do século XX. Trabalha-se aí sobre a luta pela sobrevivência, a identificação e solidariedade dentro da família, a preservação da casa familiar de referência, a competição entre as linhagens de descendentes, a mobilidade social de seus membros, os efeitos das transformações econômicas, políticas e religiosas sobre o desenvolvimento das unidades e redes domésticas. [Link]

 

Gerações, família, sexualidade | 2009 - Editora Sete Letras

Organizado com Gilberto Velho

Os autores participantes reúnem-se à volta de temas sensíveis, como a homossexualidade, a religião e os modelos familiares em crise. A sexologia na era dos direitos sexuais, a conjugalidade homossexual feminina e as tensões na busca de um modelo para a família moderna são alguns dos temas investigados nesta obra de abordagem multidisciplinar. [Link]

 

Juventude Contemporânea. Culturas, gostos e carreiras. | 2010 - Editora Sete Letras

Organizado com Gilberto Velho

A juventude na sociedade moderno-contemporânea é tema de análise e discussão de uma nova geração de antropólogos que apresentam artigos sobre religião, saúde, consumo, arte, sexualidade, educação e tecnologia.   Partindo de temas como a adesão à cultura nipônica e à cultura do grafitti, a dedicação à internet, as histórias afetivas entre jovens de camadas sociais distintas e o HIV/AIDS na adolescência, a coletânea contribui para alargar a nossa compreensão sobre as experiências sociais do que é ser jovem hoje. Ainda que voltados sobretudo para a sociedade brasileira, os textos sublinham a importância de uma visão comparativa, que reflete sobre a juventude tendo em vista tanto as suas dimensões locais como a sua dimensão mundial. [Link]

 

Horizontes das ciências sociais no Brasil: antropologia | 2010 - Editora Anpocs

Organizado com Carlos Benedito Martins

Os textos que compõem esta coletânea foram encomendados pela Anpocs com o objetivo de apresentar o estado da arte de cada área da disciplina, mapeando o percurso e/ou evolução intelectual da discussão temática, bem como suas perspectivas futuras. Tratava-se assim de buscar uma apresentação tão objetiva quanto possível. Sabe-se, porém, que a organização das Ciências Sociais, por força de sua condição interpretativa, não se dá por superação de paradigmas, mas pela sua continuada convivência e diálogo. Isso não permite a referência a um único plano de análise, embora certamente exija de cada autor a melhor consciência da posição no campo que lhe faculta privilegiar um determinado plano em detrimento de outros. A classificação que se apresenta em cada artigo é objetiva apenas na medida em que seu autor deixa claro, mesmo que de modo implícito, o viés que o institui. A única possível garantia da “cientificidade” de nossos saberes é esta: a de manter a dúvida e o debate sempre abertos, submetendo cada enunciado à crítica comparada, histórica e empírica. [Link]

 

Antropologia e ética: desafios para a regulamentação | 2013 - Aba Publicações

Organizado com Cynthia Sarti

Os organizadores desta coletânea, enquanto, respectivamente, vice-presidente e tesoureira geral da Associação Brasileira de Antropologia - ABA, no período 2011-2012, assumiram o desafio de levantar subsídios e atuar politicamente em prol de mudanças na forma de avaliar a ética em pesquisa nas ciências humanas neste país. Além de levarem em conta as reflexões propositivas surgidas no âmbito da associação pelo menos desde 2002 e organizarem discussões sobre a temática nas principais reuniões antropológicas do país, tiveram atuação estratégica, como representantes da ABA e da ANPOCS na relação com a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP, em diálogo com os representantes de outros campos das ciências humanas. Vale notar a importância da moção sobre ética na pesquisa, apresentada e aprovada pelo conselho científico da ABA em outubro de 2011 e subscrita pela Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais (ANPOCS) e Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), nas negociações na esfera da CONEP. Ambos os documentos integram esta publicação. A coletânea retrata as reflexões críticas e intervenções políticas realizadas durante o período, na constante luta pela autonomização da avaliação das pesquisas das ciências humanas em relação ao autoritário sistema biomédico em vigor.  [Link]

O corpo moral: fisicalidade, sexualidade e gênero no Brasil | 2018 - Annablume Editora

Organizado com Carlos Guilherme do Valle

Aqui se congrega a produção acadêmica de participantes de um projeto de intercâmbio entre os programas de pós-graduação em Antropologia Social da UFRN e do Museu Nacional/UFRJ sobre duas das linhas de pesquisa que o configuravam. Com um horizonte de referências teóricas comuns, a equipe tinha como proposta discutir as configurações ideológicas e as práticas que dão sentido à experiência dos sujeitos sociais em diversos planos articulados da vida social que se engendram e se expressam por meio do corpo, da saúde e da doença; envolvendo as relações de gênero e sexualidade, e passando pelas novas configurações de família, religião e moralidade. Discute-se assim aqui, a propósito de diversos fenômenos, as convergências e tensões entre formações sociais e ideologias tradicionais e modernas; reconhecendo a positividade constitutiva dos saberes e ações do Estado para a formação e manutenção de diferentes identidades e subjetividades no contexto das sociedades contemporâneas. [Link]

Duarte, Luiz F. D. (org.). Museu Nacional – 200 anos. 2022. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 352 p.; il.; 20,5 x 21,5 cm. ISBN: 978-85-7108-483-4

Uma coletânea organizada originalmente em 2011, como testemunho da história do Museu Nacional, para a série Memorabilia, comemorativa dos 90 anos da UFRJ. Acabou vindo a ser publicada apenas em 2022, após o bicentenário do Museu, o centenário da Universidade – e o incêndio de 2018. O formato pré-incêndio foi mantido, como testemunho – agora – de uma história fraturada devido à incúria da alta administração pública nacional. Busca oferecer uma visão histórica de algumas das diferentes áreas científicas cultivadas na instituição desde sua fundação em 1818. [Link]

Luiz Fernando Dias Duarte; Museu Nacional; PPGAS; MN; Antropologia
Capítulos

Em construção | 

Em construção

.
Luiz Fernando Dias Duarte; Museu Nacional; PPGAS; MN; Antropologia
bottom of page